quinta-feira, 15 de março de 2018

"Fábrica de Violas"



Pouquíssima gente sabe, mas em nossas imediações, entre o final da década de 20 e o início da década de 30, havia no Sítio São Vicente, um fabricante de violas.
As informações e a viola, são do nosso constante colaborador, colecionador de histórias interessantes e fatos intrigantes, João Grego.
João descende de Antonio Moraes, o fabricante de violas. Segundo joão Grego, o seu tio Antonio, colocava um guizo de cobra cascavel dentro de cada viola.
O detalhe, é que Antonio Moraes, retirava o guizo sem matar a cobra. Com o coração e as mãos de artista, já se preocupava com a conservação da natureza e os seus sagrados seres.
O guizo de cobra cascavel, colocado no bojo da viola, segundo a tradição caipira, melhora o som anulando a vibração. Entretanto, também é da tradição caipira e da cultura dos violeiros, a crença na proteção  contra o mal, quando se carrega o guizo dentro da viola, durante as toadas.
Serviria ainda, a presença do guizo, para emanar de si, a mesma destreza e agilidade da natureza das serpentes, contagiando a alma, e se manifestando nos dedos do violeiro, enfeitiçando assim as suas melodias, que se tornariam encantadas.
Agora o mais tocante de tudo isso, é que naqueles dias dos anos 20, o ponto que o nosso mago fabricante escolheu para vender as suas violas artesanais, foi a Estação de Trem do distrito de Alfredo Guedes.
E assim, dedilhando as cordas do sedutor instrumento, impregnando de musicalidade e feitiço as paredes vivas de nossa estação, vendia as suas violas, o artista artesão, embalando os caminhares das moças, Antonio Moraes, tio de João!



Antonio não teve filhos. Casou-se com Brasilina Vieira Bueno, irmã de dona Francisca Vieira Portes avó de João Grego.Seu legado, a sua arte e o acervo de histórias deixado para João. Bonito que chega a doer...

                                                                                                           guardiadelendas.blogspot.com
                                                                                                            Célia Motta.

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